

Paz no Mundo
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Frieden in die Welt !
Vrede in de Wereld !
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Thursday, September 21, 2006

Quando Vier a Primavera
Quando vier a Primavera, se eu já estiver morto, as flores florirão da mesma maneira e as árvores não serão menos verdes que na primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma. Se soubesse que amanhã morria e a Primavera era depois de amanhã, morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, porque tudo é real e tudo está certo. Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro


Outono
O outono já chegou - aos arrufos do vento as folhas num desmaio embalam-se pelo ar...vão caindo...caindo...uma a uma, em desalento e uma a uma, lentamente, vão no chão pousar...O céu perdeu o azul - vestiu-se de cinzento e envolveu na neblina a luz baça do luar... na alameda onde vou, de momento a momento, há um gemido de folha a cair e a expirar...O arvoredo transpira as carícias dos ninhos, e o vento a cirandar na curva das estradas eleva o folhareu no espaço em redemoinhos. Há um córrego a levar as folhas secas em bando...e à aragem que soluça entre as ramas curvadas, parece que o arvoredo em coro está chorando!...
J.G. de Araújo Jorge
Segredado por Destinyth as
9:49 PM



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